segunda-feira, 17 de março de 2014

Antes do carnaval

Depois do parto do Eric passei a prestar mais atenção nas histórias de parto alheias – de amigas, de conhecidas, desconhecidas... Eric nasceu de parto natural (normal e sem anestesia) bem na época do filme ‘O Renascimento do Parto’ e isso deu certa 'publicizada' na minha história. Na época e até uns 3 meses depois contei muitas vezes e pra muitas pessoas como tinha sido minha experiência como um todo. Depois disso e até hoje, de vez em quando amigas me ligam pedindo indicações e referências. Acho ótimo e super do tamanho. E dessa forma não fico cutucando mães e grávidas com um assunto íntimo como esse e que costuma gerar algum desconforto.
                                                              
Dito isso quero colocar duas coisas. Uma é que depois do Eric, se tornou impressionantemente claro pra mim como os médicos conduzem o fim da gestação de uma forma q a gestante absolutamente não se dá conta. É nítida a falta de espaço pra gestação se concluir por si própria. Em muitos casos ao menor sinal de evolução ou estagnação na fase final da gestação – antes do trabalho de parto (TP) – o médico já encaminha a cesárea, dá uma série de motivos, diz que deve-se evitar qualquer intercorrência, esperas demoradas (pra ele naturalmente) e, docemente, ele propõe, 'Vamos marcar? Se não nascer até lá, tudo bem, você já está na semana X, está tudo bem com o neném, não convém esperar mais’. Na hora, ansiosa, cansada, muitas vezes inchada, ‘Claro, tá ótimo!’, diz a gestante feliz, aliviada e confiante. Eu me pergunto, não convém a quem esperar?? Ao neném que não é! Existe um ciclo aí que é natural e que é interrompido. Isso sem falar de histórias mau-caráter que já ouvi de médico que 'erra' a contagem das semanas pra cesárea ser mais 'garantida'. Credo! Enfim... 

A outra coisa é a seguinte. Toda mãe de bebê ou criança pequena vive a situação pentelha de figuras aleatórias q passam pela rua e resolvem se intrometer no q estamos fazendo ou não com a criança – tipo 'olha, ele está babando!', 'moça, o pescocinho dela está todo torto', 'não segura ele assim, não!', 'ih! Tá chorando!', ‘oh, tá dormindo!’, ou como um amigo pai de gêmeos uma vez contou 'ih, são iguais?'. Ô saco! Tento não dar bola mas sou fraca... sou sempre fofa. Por outro lado, descobri nessa situação uma ótima oportunidade pra eu botar pra fora minha indignação com essa imposição do ‘sistema’ por cesáreas marcadas. Aquelas que resolvem resolvem contar q fulana vai ter neném amanhã ou q ciclana vai ser vovó semana que vem, ah, não me faço desconhecida, 'mas amanhã? Como vc sabe?','Já marcou!’, ‘Marcou? Mas por quê?? Aconteceu alguma coisa?' Recentemente a resposta tem sido 'pra fugir do carnaval'.


Percebeu né? 

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