Depois
do parto do Eric passei a prestar mais atenção nas histórias de parto alheias –
de amigas, de conhecidas, desconhecidas... Eric nasceu de parto natural (normal e sem anestesia) bem na época do filme ‘O Renascimento
do Parto’ e isso deu certa 'publicizada' na minha história. Na época e até uns
3 meses depois contei muitas vezes e pra muitas pessoas como tinha
sido minha experiência como um todo. Depois disso e até hoje, de vez em quando
amigas me ligam pedindo indicações e referências. Acho ótimo e super do tamanho.
E dessa forma não fico cutucando mães e grávidas com um assunto íntimo como
esse e que costuma gerar algum desconforto.
Dito
isso quero colocar duas coisas. Uma é que depois do Eric, se tornou
impressionantemente claro pra mim como os médicos conduzem o fim da gestação de
uma forma q a gestante absolutamente não se dá conta. É nítida a falta de
espaço pra gestação se concluir por si própria. Em muitos casos ao menor sinal
de evolução ou estagnação na fase final da gestação – antes do trabalho de parto
(TP) – o médico já encaminha a cesárea, dá uma série de motivos, diz que
deve-se evitar qualquer intercorrência, esperas demoradas (pra ele naturalmente) e, docemente, ele propõe, 'Vamos marcar? Se não nascer até lá,
tudo bem, você já está na semana X, está tudo bem com o neném, não convém esperar
mais’. Na hora, ansiosa, cansada, muitas vezes inchada, ‘Claro, tá ótimo!’, diz
a gestante feliz, aliviada e confiante. Eu me pergunto, não convém a quem
esperar?? Ao neném que não é! Existe um ciclo aí que é natural e que é
interrompido. Isso sem falar de histórias mau-caráter que já ouvi de médico que
'erra' a contagem das semanas pra cesárea ser mais 'garantida'. Credo! Enfim...
A outra
coisa é a seguinte. Toda mãe de bebê ou criança pequena vive a situação
pentelha de figuras aleatórias q passam pela rua e resolvem se intrometer no q
estamos fazendo ou não com a criança – tipo 'olha, ele está babando!', 'moça, o
pescocinho dela está todo torto', 'não segura ele assim, não!', 'ih! Tá
chorando!', ‘oh, tá dormindo!’, ou como um amigo pai de gêmeos uma vez contou
'ih, são iguais?'. Ô saco! Tento não dar bola mas sou fraca... sou sempre fofa.
Por outro lado, descobri nessa situação uma ótima oportunidade pra eu botar pra fora
minha indignação com essa imposição do ‘sistema’ por cesáreas marcadas. Aquelas que
resolvem resolvem contar q fulana vai ter neném amanhã ou q
ciclana vai ser vovó semana que vem, ah, não me faço desconhecida, 'mas
amanhã? Como vc sabe?','Já marcou!’, ‘Marcou? Mas por quê?? Aconteceu alguma coisa?' Recentemente a
resposta tem sido 'pra fugir do carnaval'.
Percebeu né?
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